Da favela para o mundo: CUFA vence prêmio da ONU por resiliência social

A Central Única das Favelas (CUFA) conquistou o prêmio internacional Heroes of Tomorrow: UN SDG Action Awards 2025, na categoria Resiliência, entregue pela Organização das Nações Unidas nesta quarta-feira (29), em Roma.

O reconhecimento destaca organizações que transformam adversidades em inovação e impacto social — uma definição que se encaixa na trajetória da CUFA.

Representada por Marcus Vinicius Athayde, presidente da CUFA Global, a instituição foi escolhida entre dezenas de iniciativas internacionais. “Ganhar esse prêmio, concorrendo com diversas organizações do mundo todo, é uma prova de que nossa luta diária nas favelas é vista e valorizada globalmente”, afirmou Marcus.

Criada há mais de 30 anos, a CUFA se tornou uma das maiores redes sociais e culturais das periferias brasileiras, com presença hoje em 70 países. Seus projetos, como Mãe de Favela e Taça das Favelas, tornaram-se referências de inclusão produtiva, educação e mobilidade social. “A resiliência está no centro do nosso trabalho. Ela nos impulsiona a transformar dificuldades em oportunidades reais de mudança, fortalecendo pessoas e territórios”, disse Marcus.

O Heroes of Tomorrow reconhece iniciativas alinhadas aos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) da ONU. No discurso em Roma, Marcus relembrou a importância da educação — inclusive o aprendizado do inglês, que o permitiu falar para uma plateia internacional — e emocionou o público ao defender o papel das favelas na construção de um mundo mais igualitário.

Durante a cerimônia, ele também lembrou a tragédia ocorrida no mesmo dia no Complexo da Penha, no Rio de Janeiro, uma das bases da CUFA. “Essa premiação mostra que existe um trabalho que pode ser feito além da violência. O que transforma é dar oportunidade de emprego, educação e mobilidade social. Essa é a verdadeira solução para um Brasil melhor”, disse.

Com o prêmio, a CUFA reforça sua posição como uma das principais vozes do Sul Global na agenda de desenvolvimento sustentável, levando das periferias brasileiras uma mensagem clara: resiliência também é política pública.

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