“Cordão da Bicharada”: conheça o grupo que viralizou durante apresentação na COP30

O Cordão da Bicharada, tradicional manifestação cultural nascida em Cametá, na região do Baixo Tocantins (PA), foi um dos destaques da COP30, conferência climática das Nações Unidas realizada em Belém. O grupo encantou o público ao apresentar coreografias e fantasias inspiradas em animais, levando arte, identidade e consciência ambiental ao centro das discussões sobre o clima.

Tradição que une cultura e preservação ambiental

Criado em 1976 pelo mestre da cultura popular Zenobio, o Cordão da Bicharada é uma das expressões culturais mais autênticas da Amazônia. Durante o Carnaval, os integrantes desfilam pelos rios e ruas de Cametá vestidos como animais — muitos deles não necessariamente da fauna brasileira — em um cortejo que simboliza a diversidade e a importância da preservação da fauna e flora da região.

Os participantes são moradores da vila, incluindo crianças, adolescentes, jovens e adultos, que mantêm viva a tradição há quase cinco décadas. O grupo atua de forma independente, promovendo ações culturais e ambientais voltadas à conscientização da população ribeirinha do rio Tocantins.

Representatividade na COP30

Durante a conferência, o Cordão da Bicharada realizou diversas apresentações, inclusive na Green Zone, espaço dedicado à sociedade civil. Um dos vídeos das performances viralizou nas redes sociais, chamando a atenção do público e da imprensa nacional.

Para Elthon Santos, coordenador do grupo, participar da COP30 foi um momento histórico:

“Participar dessa COP30 é um marco histórico para nós, cametaenses. A Bicharada já se apresentou no Domingão do Faustão, mas dessa vez foi diferente: tivemos mais tempo e visibilidade. Queremos que as pessoas valorizem nosso trabalho, porque é um grupo folclórico e carnavalesco que representa nossa vila e nossa cultura. Estamos muito felizes por essa oportunidade”, destacou.

Orgulho e amor pela terra

O brincante Elvis Souza também ressaltou o significado da participação do grupo:

“Fazer parte da Bicharada representa amor pela nossa terra, porque esse grupo só existe aqui, em nenhum outro lugar do mundo. É uma experiência única e esperamos que, depois desse evento, possamos ter mais apoio e reconhecimento”, afirmou.

Cultura e sustentabilidade lado a lado

Até o dia 21 de novembro, Belém será o centro do debate climático global. E o Cordão da Bicharada mostra, com suas cores, ritmos e mensagens, que cultura e sustentabilidade podem caminhar juntas — reforçando o papel das comunidades tradicionais na construção de um futuro mais justo e ecológico para a Amazônia.

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