Da favela para o mundo: comunicação que gera impacto global

Quando a ONU reconhece a CUFA como finalista do prêmio Heroes of Tomorrow: UN SDG Action Awards 2025, na categoria Resiliência, o que está em jogo vai muito além de um troféu. É o reconhecimento de uma narrativa construída ao longo de décadas: a das favelas como espaços de potência, criatividade e transformação social.

Esse resultado não acontece por acaso. A comunicação desempenha um papel central nesse processo, pois é por meio dela que experiências locais se tornam mensagens de impacto global. Comunicar a partir das favelas não é apenas divulgar ações. É criar pontes, reposicionar territórios historicamente invisibilizados e, sobretudo, mobilizar recursos e solidariedade para que as transformações saiam do discurso e se tornem realidade.

A CUFA aprendeu — e ensinou — que comunicação também é estratégia de sobrevivência. Foi assim na pandemia, quando campanhas de mobilização conectaram doadores, empresas e voluntários às necessidades urgentes das favelas. Foi assim em emergências humanitárias, nas quais cada mensagem precisava ser clara e confiável para transformar solidariedade em ação concreta. E é assim agora, quando, em outubro, a CUFA estará em Roma, lado a lado com iniciativas de todo o mundo, mostrando que a resiliência comunicada também é resiliência reconhecida.

Estar entre os finalistas de uma premiação promovida pela ONU comprova que contar as histórias certas, da forma certa, no tempo certo, pode mover estruturas. Não é apenas a CUFA que chega a Roma: são milhares de moradores, lideranças e iniciativas locais que, por meio da comunicação, conquistaram um lugar no debate global sobre os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável.

Esse reconhecimento deixa uma lição para quem trabalha com comunicação: dar visibilidade às narrativas certas é tão transformador quanto os projetos em si. Quando bem-feita, a comunicação não apenas mostra o que fazemos — ela mobiliza solidariedade, atrai recursos e nos projeta para o futuro.

Pessoalmente, fica a gratidão por poder contribuir com essa trajetória, aprendendo todos os dias sobre o poder da comunicação construída das favelas para o mundo.

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