Crianças beneficiárias do Bolsa Família em situação de trabalho infantil apresentam frequência escolar de 91,2%, superando em 2,7 pontos percentuais a média nacional de 88,8%. O dado comprova eficácia do investimento de R$ 12,97 bilhões mensais do programa na formação de capital humano futuro.
São 717 mil crianças e adolescentes beneficiários ainda submetidos ao trabalho infantil, mas que conseguem manter-se na escola em proporção superior ao restante do país. O programa atende 13,8 milhões de jovens de 5 a 17 anos, com benefício médio de R$ 682,22.
A vantagem educacional se acentua na faixa de 16 a 17 anos, grupo mais vulnerável ao abandono escolar. Entre beneficiários dessa idade em trabalho infantil, 82,7% frequentam escola, contra 81,8% da média geral.
Para comparação, crianças que não trabalham apresentam frequência escolar de 97,5% na população geral e 90,5% na faixa de 16 a 17 anos. A diferença evidencia como transferência de renda condicionada à educação protege investimento em formação mesmo em famílias que dependem da renda infantil.
O trabalho infantil no Brasil atinge 1,65 milhão de pessoas de 5 a 17 anos, com remuneração média de R$ 845. As atividades se concentram no comércio (30,2%), agricultura (19,2%) e alimentação (11,6%).
Beneficiários do Bolsa Família representam 43,5% das crianças em trabalho infantil, mas vivem em famílias com renda per capita de R$ 604, um terço da renda dos não beneficiários (R$ 1.812). Mesmo assim, conseguem performance educacional superior.
A eficiência do programa se reflete na evolução histórica. Entre beneficiários, o trabalho infantil caiu de 7,3% em 2016 para 5,2% em 2024. No país todo, a redução foi menor: de 5,2% para 4,3%.
Para empresas que dependem de mão de obra qualificada, os números indicam que políticas de transferência de renda geram externalidades positivas na educação. O diferencial de 2,7 pontos percentuais na frequência escolar representa investimento na competitividade futura da economia brasileira.
O programa chegou a 19,1 milhões de beneficiários em setembro, menor patamar do governo Lula após pente-fino que retirou 1,7 milhão de famílias desde o fim de 2024. A redução por combate a fraudes manteve foco nos mais vulneráveis, preservando eficácia na proteção educacional.